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Prefeitura acerta ao investir em estrutura própria para leitos de Covid-19 e não terá que desmontar hospital de campanha

A Prefeitura de Sete Lagoas mostrou acertada a decisão de não construir, para uso temporário em função da pandemia da Covid-19 – o alardeado hospital de campanha que inicialmente seria montado no ginásio do Centro Universitário Unifemm. O prefeito Duílio de Castro mostrou gestão, e conhecimento, e decidiu investir na estrutura própria do município, aumentando o número de leitos e UTI que poderão servir para a população quando o novo coronavírus passar. Ao contrário do governo de Minas Gerais, que ontem (quinta-feira) iniciou a desmontagem do hospital de campanha instalado no Expominas sem nunca ter funcionado.

Em agosto, em release recuperado pela redação, o prefeito Duílio de Castro mostrava-se seguro em inaugurar leitos que ficarão em definitivo para Sete Lagoas, com capacidade de atender a sua população e moradores da região. “A estrutura é permanente e será mantida pós-pandemia. Há um ano a estrutura de UTI do Hospital Municipal e do Nossa Senhora das Graças era de apenas 23 leitos e o índice de ocupação superava os 90%. Muitas vezes não era possível salvar vidas. Agora temos 68 unidades, aumentamos em 200% os leitos para atendimentos de Covid e outras doenças”, destacou o prefeito Duílio de Castro na época.

A estrutura criada dentro do Hospital Municipal vai muito além da abertura de novas alas. Os investimentos realizados nos últimos meses também aumentaram a oferta de serviços de alta complexidade de grande procura. “É uma estrutura fixa que também poderá fazer exames de ultrassom e tratar pacientes que precisam fazer hemodiálise. Isso é muito importante para as equipes médicas que trabalham para salvar a vida das pessoas. Aplicamos recursos com responsabilidade e isso faz a diferença”, completou o prefeito quando aumentava, em 5 de agosto, consideravelmente o número de leitos de UTI na estrutura hospitalar da cidade, somando o Hospital Municipal, UPA e Hospital Nossa Senhora das Graças.

E quem atua na linha de frente há muitos anos reconhece o esforço da Prefeitura para mudar a realidade da saúde pública municipal. Um hospital bem equipado oferece tranquilidade às equipes que atendem a milhares de pacientes por mês. “Há 14 anos sou médico em Sete Lagoas e nunca vi tanta boa vontade da Prefeitura e da Secretaria de Saúde em realizar os nossos sonhos. Tenho orgulho em dizer que aqui no Hospital Municipal a saúde do cidadão está segura”, declarou o diretor do Hospital Municipal, Dr. Thiago Melo, em agosto deste ano.

PREJUÍZO NO HOSPITAL DE CAMPANHA DO ESTADO

Em quatro meses, o hospital de campanha instalado no Expominas, em Belo Horizonte, custou, ao governo de Minas Gerais, cerca de R$ 2 milhões de manutenção, segundo informações disponibilizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). Mesmo com um gasto médio de R$ 500 mil por mês ou R$ 15 mil por dia, o espaço não recebeu, até agora, nenhum paciente.

Segundo o TCE, o dinheiro gasto com o hospital de campanha é proveniente de "recursos recebidos por danos advindos de desastres sócio-ambientais", dentro do orçamento da Polícia Militar, que é responsável por gerir o espaço.

Em meados de agosto, os 200 profissionais que chegaram a ser contratados para atuar na unidade foram remanejados, sem aviso, para hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). E o estado ofereceu o espaço à prefeitura de BH para acolher população em situação vulnerável. O executivo da capital recusou a oferta.

"O estado deveria assumir o protagonismo e oferecer mesmo serviço que estão oferecendo para Belo Horizonte para outras cidades. Tem outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte que tem pessoas em situação de vulnerabilidade, que precisariam ser abrigadas", disse o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, à época.

O G1 e a TV Globo pediram um posicionamento ao governo Zema sobre o custo da estrutura, mas não receberam retorno até a última atualização desta reportagem. (Com G1).

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