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QUEIMA DE ARQUIVO - Irmãos acusados de matar advogado por queima de arquivo são condenados em Sete Lagoas

Os irmãos Jean e Júnio Néris foram condenados pela morte do advogado Juliano César Gomes, assassinado aos 37 anos de idade em Sete Lagoas. O julgamento, que foi realizado no Fórum de Sete Lagoas, começou na manhã de quinta-feira (29) e se estendeu até o início da madrugada desta sexta-feira (30), terminando por volta da 1h.

De acordo com o advogado Eugênio Barroso, que atuou como assistente de acusação no júri popular, Jean foi sentenciado a 32 anos de prisão e a pena dada a Júnio foi de 24 anos de reclusão. Segundo ele, a família ficou satisfeita com o resultado. 

Juliano foi assassinado no ano passado. Ele desapareceu em 21 de maio após sair de casa em Belo Horizonte. O corpo só foi encontrado no dia 8 de junho em uma estrada que liga Funilândia a Sete Lagoas.

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os irmãos Néris agiram a mando do advogado Thiago Fonseca de Carvalho, que era amigo da vítima e teria planejado o assassinato como forma de queima de arquivo.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Jean e Júnio estão detidos em Sete Lagoas. Já Thiago está detido em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

O julgamento, presidido pela juíza Elise Silveira dos Santos, começou com o sorteio dos jurados. Quatro mulheres e três homens formam o conselho de sentença. Logo no início da sessão, o irmão de Juliano, Mauro César Gomes, foi ouvido no Tribunal do Júri.

Antes do início da sessão, ele esperava por justiça e se emocionou ao lembrar do período em que o advogado esteva desaparecido. Mauro conta que procurou o irmão por mais dez dias na região de Sete Lagoas.

“Passei em lugares horríveis, pastos, pontes, rios, riachos, tudo que você possa imaginar. Qualquer lugar que eu visse aberto, qualquer cerca que a gente via um pouquinho tombada, a gente entrava para ver se encontrava. E eu pedindo a Deus aquele tempo inteiro para que não me deixasse encontrá-lo sem vida. E Deus não permitiu que a gente encontrasse, muito embora a gente tivesse passado do lado do corpo dele várias vezes. Então, acho que Deus amenizou essa situação de sofrimento ainda maior”, falou.

Juliano era solteiro e morava com o irmão e com a mãe. O advogado atuava na área trabalhista e era sócio de Eugênio Barroso.

“Eu conheço o Juliano desde que nasci. A gente é do interior de Minas, de Itamarandiba. Moramos lá até os 15 anos e depois viemos juntos para Belo Horizonte para estudar. Era uma das melhores pessoas que já conheci. Extremamente alegre, brincalhão. Compromissado com a família. Extremamente religioso”, contou.

O crime
De acordo com a denúncia, o crime foi planejado dias antes pelo advogado Thiago. Juliano havia sido indicado como testemunha em um processo no qual o advogado é acusado de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas disse, logo após ser intimado, que "não mentiria e falaria apenas a verdade".

Segundo Barroso, quando Juliano foi intimado a depor, ficou receoso. “Mas de fato ninguém sabe responder o que o Juliano sabia”, disse.

Ainda segundo o MPMG, para atrair a vítima, Thiago simulou que precisaria pegar emprestada a picape de Juliano. Ao chegar ao local do encontro, a vítima foi rendida pelos dois irmãos, teve os bens roubados e depois foi executada.

O pai de Jean e Júnio, Marcos Antônio Alves Néris, também é réu no processo. Ele é acusado de ocultação de cadáver e resistência à prisão. A defesa dele nega envolvimento com o crime.

Assim como Thiago, Marcos Antônio questionou a decisão que determinou o julgamento em júri popular. Por isso, eles tiveram os processos desmembrados. Segundo os advogados, os recursos ainda não foram analisados.

Na ação, a defesa de Thiago também nega partição no assassinato. De acordo com o advogado Filipe Oliveira de Melo, "não há elementos suficientes para ele fosse mandado a júri". A defesa ainda questiona procedimentos da fase de investigação.

Fonte: Com G1

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