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Reajuste da tarifa do transporte público chega a 30% em Belo Horizonte e alta segue em todo o país

O reajuste das tarifas do transporte público não se deu somente em Sete Lagoas, que passou de R$ 3.80 para R$ 4.25 (utilizando o cartão do ônibus) e R$ 4.50 (para pagamento em dinheiro). Em Belo Horizonte, o aumento pode chegar a 30%.

O juiz Wauner Batista Ferreira Machado, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte, deferiu, nesta terça-feira (5/4), um pedido das concessionárias de ônibus solicitando que a prefeitura e a BHTrans concedam o aumento tarifário previsto em contrato. O valor final da passagem deve ser definido pelos órgãos do executivo municipal. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), o preço deve chegar a R$ 5,85, um aumento de 30% em relação à tarifa atual.

O pedido feito pelas empresas no ano passado foi acolhido pelo juiz Wauner Machado, na 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal. Ele concedeu liminar obrigando a PBH e a BHtrans a fazerem os cálculos da fórmula paramétrica e a conceder o aumento, que pode chegar a 30% do atual valor, que é de R$ 4,50. Em nota, o Executivo anunciou que a determinação será acatada. 

Além disso, o Brasil sofre com a dependência de transportes rodoviários e de combustíveis fósseis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 88,8% dos brasileiros que usam transporte público dependem de ônibus. Estima-se que mais de 170 milhões de pessoas utilizem o modal diariamente no País. 

Apesar de algumas empresas apostarem em veículos elétricos, a grande maioria do ônibus do Brasil ainda utiliza combustíveis fósseis, o que, além de poluir mais, ainda deixa a população suscetível a variação dos preços que ocorrem pela flutuação do valor do petróleo. 

A Numbeo, empresa de pesquisas internacionais, analisou os preços do transporte público em mais de cem países. O Brasil está na 55ª posição das nações com o ticket mais caro. Considerando todas as cidades e os diferentes modais de transporte, o brasileiro paga em média R$ 4,40 para se deslocar.

Um levantamento feito pelo portal G1 no final de novembro mostrou o preço que os brasileiros pagam para andar de ônibus nas capitais do País. Em média, o usuário desembolsa R$ 4,10 para se deslocar. 

Em algumas cidades, porém, a situação é bem pior. Na capital do País, Brasília, o ticket de ônibus custa R$ 5,50. A segunda capital mais cara é Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde o preço chega a R$ 4,80. Ficam empatadas na terceira posição: Belo Horizonte, Curitiba, Boa Vista e Florianópolis, onde uma viagem de ônibus custa R$ 4,50 (isso até o reajuste).

Em seguida, Salvador e São Paulo, com a passagem a R$ 4,40, e, fechando o top 10 das capitais com as tarifas mais caras, Goiânia, com o ticket de ônibus a R$ 4,30 e Campo Grande, a R$ 4,20.

No outro lado da lista, a capital com a passagem de ônibus mais barata é Maceió, com o preço de R$ 3,35. Entre as cinco capitais mais baratas ainda se encontram São Luís, com a passagem a R$ 3,70, Fortaleza e Belém a R$ 3,60 e Rio Branco a R$ 3,50.

Perigo de nova rodada de aumentos

A situação ainda pode piorar. Nos últimos 12 meses o preço do diesel acumulou uma alta de 65%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maioria das cidades brasileiras segurou o preço das tarifas do transporte público desde o início da pandemia de covid-19, mas a situação está ficando insustentável. Prefeitos afirmam que os municípios estão bancando a diferença do aumento e o nível de endividamento está crescendo.

Com: IPEA, Mobilize, EBC

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