ABALOS EM SETE LAGOAS - Defesa Civil vistoria imóveis em bairros próximos a epicentros de tremores na cidade
Equipe do Centro Sismológico da UnB vem à cidade esta semana para instalar oito modernos sismógrafos
Sete Lagoas voltou a receber abalos sísmicos esta semana. O que chamou a atenção da população, foi a quantidade em um curto espaço de tempo. Um no domingo e três deles nesta terça, 16 de janeiro. Rapidamente os observatórios sismológicos da UnB e da Usp detectaram os tremores, considerados de baixa magnitude. "Essa sismicidade em um curto espaço de tempo, com magnitude entre 2.5 e 2.8, é a primeira vez que verificamos isso num mesmo local. Nesse sentido é importante realizarmos estudos mais localizados. Então, estamos organizando uma expedição para instalar estações objetivando mapear com mais precisão essa falha geolígica que existe na região e que está produzindo esses sismos", explica o professor do Centro Sismológico da UnB, Lucas Vieira.
Na tarde desta terça-feira, equipes de TV de Belo Horizonte estiveram na cidade acompanhando os trabalhos da Defesa Civil, que vistoriou algumas residências nos bairros Mata Grande e Vale das Palmeiras, próximos ao epicentro dos últimos tremores. O morador Valdiney Araújo mostrou as trincas em sua casa e foi orientado pela equipe. "Eu estava dormindo e, de madrugada, pareceu que a casa ia cair. Estremeceu todo o meu blindex, o quadro em cima da cama tremeu. Pareceu uma explosão. Na manhã seguinte, vi as trincas no meu banheiro externo e o portão estava empenado", informou.
Sérgio Andrade, coordenador da Defesa Civil Municipal, orienta a população para que fique atenta quanto ao aparecimento de trincas, rachaduras e fissuras. "É importante realizar manutenções corretivas nos imóveis. Ao detectar algum problema, chame imediatamente a Defesa Civil para que façamos uma vistoria, detectando se há ou não a necessidade de evacuação do imóvel", alerta.
O coordenador do grupo de trabalho que avalia os tremores, Edmundo Diniz, resume o relatório desenvolvido pelos pesquisadores do Centro Sismológico da UnB, que durante sete meses monitoraram os abalos por meio de sismógrafos instalados na cidade. "Com todos os estudos que foram desenvolvidos e as informações coletadas aqui, em tempo real, podemos afirmar que se tratam de eventos naturais. Todos os abalos artificiais, oriundos de detonações, também foram catalogados. No total, mais de 600 registros foram feitos, inclusive a centenas de quilômetros daqui, como em Barão de Corais, Itabirito, Ouro Preto, Congonhas, numa precisão impressionante. Então podemos afirmar categoricamente que os abalos são frutos de uma acomodação de uma camada do solo, agora em uma sequência maior (enxame sísmico). Além disso, o período chuvoso é mais propenso a isso, com a terra mais enxarcada, escorregadia e pesada", disse Edmundo.
O coordenador do grupo reforça que a vinda de um grupo de pesquisadores da UnB poderá ratificar a conclusão do estudo apresentado recentemente. "Serão oito sismógrafos instalados em um raio ainda maior, mais modernos. Nenhuma hipótese está descartada, mas os relatórios são claros. Caso haja outro motivo, saberemos. Quem estiver fazendo algo errado será duramente punido", informou. Vale ressaltar que os maiores fiscais da Prefeitura são os olhos da população. Ao se deparar com algo ilegal, denuncie imediatamente aos órgãos competentes, Ministério Público, Polícia Militar, Guarda Municipal, Defesa Civil, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, entre outras instituições.
A íntegra do estudo realizado pela UnB pode ser acessado https://www.setelagoas.mg.gov.br/detalhe-da-materia/info/prefeitura-divulga-relatorio-e-anuncia-instalacao-de-centro-sismologico-em-sete-lagoas/70735
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