EM SETE LAGOAS! Homem preso injustamente por mais de cinco anos vai receber indenização de R$ 500 mil e pensão vitalícia
Após mais de cinco anos preso por um crime que não cometeu, F. N. S. foi libertado
Após mais de cinco anos preso por um crime que não cometeu, F. N. S. foi libertado e garantiu indenização e pensão vitalícia através da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG). O homem, natural de Sete Lagoas, atualmente está internado em uma unidade de saúde em Belo Horizonte. Durante o cárcere, ele perdeu a visão do olho direito e sofreu severas crises epiléticas sem tratamento adequado.
Prestes a receber a indenização, e sem familiares próximos, F. N. S., que estaria em situação de rua, pode ser transferido para o Centro POP - Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua de Sete Lagoas. Lá, ele seria acolhido e teria acesso aos cuidados necessários, bem como aos recursos que lhe foram concedidos.
O Caso
F. N. S. foi preso em Sete Lagoas no dia 7 de abril de 2016, acusado de estupro. Seis dias depois, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Em 29 de agosto de 2016, o juiz determinou sua libertação devido à falta de provas, mas o alvará de soltura nunca foi cumprido. Ele foi transferido para o presídio José Martins Drummond em Ribeirão das Neves, e a negligência na expedição de um novo alvará fez com que permanecesse preso.
Em 3 de novembro de 2019, o inquérito foi arquivado, mas F. N. S. continuou preso até que a DPMG tomou conhecimento do caso em 7 de dezembro de 2021, durante um mutirão de atendimento jurídico. No dia seguinte, ele foi finalmente libertado.
Danos sofridos
F. N. S., que já possuía deficiência cognitiva e epilepsia, sofreu severas crises epiléticas sem tratamento adequado. Ele também perdeu a visão do olho direito e não recebeu visitas ou assistência de familiares durante o período de encarceramento, o que destruiu seu vínculo com o filho.
Perícia e ação judicial
A defensora pública Camila Dantas solicitou uma perícia para demonstrar as sequelas do trauma. O parecer médico concluiu que a prisão injusta causou debilidade e incapacidade permanentes para o trabalho.
Decisão Judicial
Em primeira instância, a indenização foi fixada em R$ 150.000, mas o pedido de pensão vitalícia foi negado. A DPMG recorreu da decisão. O juízo de segunda instância aumentou a indenização para R$ 500.000 e concedeu pensão mensal vitalícia de um salário-mínimo, destacando a negligência dos agentes estatais e o sofrimento de F. N. S. na prisão.
Impacto do caso
Camila Dantas, defensora pública, ressaltou a importância da DPMG na luta por justiça e direitos dos mais vulneráveis. "Era inadmissível que um homem inocente estivesse privado de sua liberdade por tanto tempo", afirmou.
O caso expõe falhas do sistema judicial e destaca a necessidade de uma Defensoria Pública comprometida com o acesso à justiça para todos.
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