Considerada a obra do século, foi inaugurada em grande estilo, nesta terça-feira, 17 de dezembro, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Sete Lagoas, que ganhou o nome de Antônio Valace de Oliveira Silva. O projeto da Prefeitura, executado por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), já está em fase de pré-operação e, brevemente, vai tratar 100% de todo esgoto captado na cidade. Um investimento de mais de R$ 100 milhões para mudar a realidade ambiental de toda a região.

A estação vai assegurar o tratamento adequado de todos os efluentes gerados na malha urbana, abrangendo as bacias do córrego dos Tropeiros e do ribeirão Matadouro, chegando até o Rio das Velhas. Por isso, o alcance ambiental é tão comemorado. “Este era um sonho de Sete Lagoas e todas as cidades banhadas pelo Rio das Velhas. Hoje damos um exemplo ao atingir o Marco do Saneamento Básico, previsto para 2033, com tanta antecedência. Agradeço os funcionários do SAAE e também todos que participaram desta magnífica obra”, destacou o prefeito Duílio de Castro.

Sete Lagoas está saindo de um triste ranking de poluidores da bacia do Rio das Velhas para uma posição de destaque quando se fala em compromisso com o meio ambiente e a saúde pública. “Toda cidade grande e evoluída tem que cuidar do seu saneamento básico. Nunca mais seremos lembrados como os maiores polidores do Rio das Velhas”, comemorou o vice-prefeito Dr. Euro de Andrade.

A estrutura da ETE impressiona. O empreendimento ocupa mais de 110 mil m²  e, nesta primeira fase, já recebe efluentes que chegam por vários quilômetros de interceptores.  Quem acompanhou o projeto do início ao fim revela orgulho e satisfação pelo dever cumprido. “Esta obra levará uma eficiência de 95% do nosso efluente tratado para a bacia do Velhas. Isso traz qualidade de vida. A cada real investido no saneamento, são menos cinco reais gastos na saúde pública. Começamos aqui na terra e agora estamos entregando este projeto monumental”, destacou Robson Machado, presidente do SAAE.

Foram quase seis anos de um canteiro de obras em constante evolução. Um serviço executado por um forte consórcio que contratou mais de 2 mil funcionários neste período. “Uma ETE com capacidade de tratar 510 litros por segundo e com uma qualidade de depuração do esgoto impressionante. Sete Lagoas vai devolver ao rio uma água com qualidade maior do que a captada pela Estação de Tratamento de Água”, revelou Ramon Lucas Rodrigues , diretor do Consórcio Sete Lagoas.

O projeto foi executado em parceria com o Governo Federal e por isso a solenidade contou com a presença de representantes da Presidência da República e da Caixa Econômica Federal. Todos reconhecendo a grandiosidade da nova ETE.  “Sem dúvida é uma das maiores obras inauguradas de projetos entre o Governo Federal e prefeituras. O saneamento básico é a preocupação número um. Inauguramos obras com esta proposta em todo o Brasil, mas esta é uma das mais importantes devidos ao seu poder de despoluição para toda região”, avaliou Jaderson Nogueira Braga, gerente de Assuntos Federativos da Presidência da República.

A obra do século ganhou o nome de Antônio Valace de Oliveira e Silva, homem com atuação destacada em vários setores da sociedade, que faleceu em novembro de 2021. Seu filho Caio Valace, vereador presidente da Câmara Municipal, agradeceu pela grande homenagem. “Antônio Valace deixou um legado muito grande. Foi presidente da Coopersete, fundador do Unifemm e venerável com destaque da Maçonaria. Por toda a cidade tem seu trabalho pelo desenvolvimento econômico, social e humano de Sete Lagoas. Nossa família está muito agradecida e emocionada por esta homenagem”, comentou.

Para abrilhantar este momento tão marcante da história, a solenidade contou com a apresentação encantadora da oficina de canto da escola Caic Professor Galvão, coordenada pelo regente Daniel Souza.

A ETE
O projeto tem um sistema de interceptação unificando sistematizando o esgotamento sanitário do município com a ETE. A capacidade inicial é de 510,73 litros/segundo. O empreendimento tem uma única unidade para atender às duas bacias hidrográficas da sede do município. O sistema de tratamento conta com seis novos interceptores, perfazendo aproximadamente 31 km. O tratamento do esgoto sanitário será em duas fases, uma anaeróbica, constituída por reator do tipo UASB, e outra aeróbica, composta por filtros biológicos percoladores e decantadores secundários.

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