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Reportagem do Estado de Minas aponta Sete Lagoas entre as mais violentas do estado

Bairro Cidade de Deus lidera criminalidade no município

Uma reportagem do jornal Estado de Minas desta terça-feira, 17 de junho, aponta que Sete Lagoas está entre as cidades mais violentas de Minas Gerais. Concentrando 12.174.065 habitantes, ou 59,2% da população do estado, os municípios em estudo na Região Central registraram a maior parte da violência em 2024. Do total estadual de 32.322 crimes violentos, 24.805 (76,7%) ocorreram nessas localidades, que também somaram 1.792 vítimas de homicídio (64,7%) das 2.769 registradas em Minas Gerais, segundo o jornal.

Os 72 municípios analisados pela reportagem apresentaram uma taxa de criminalidade violenta de 203,7 por grupo de 100 mil pessoas, quase 30% acima do índice médio mineiro (157,3/100 mil). Em relação aos homicídios, a taxa nessas cidades da Região Central é de 14,7 por 100 mil, superando em aproximadamente 10% a taxa estadual de 13,4 por 100 mil.

Em termos de crimes violentos, Curvelo, com seus 158 registros, só perde na região para Itabira (113 mil habitantes), com 166 ocorrências, e Sete Lagoas (227 mil), com 356. Em seguida aparecem Pará de Minas e Mariana, com 119 e 98 registros, respectivamente. Em relação aos homicídios, Pará de Minas registrou 18 pessoas assassinadas em 2024; Mariana computou 17, enquanto cidades com mais de 100 mil habitantes tiveram menos vítimas, como Barbacena (10) e Conselheiro Lafaiete (9). Apenas Itabira teve os mesmos 18 mortos de Pará de Minas. Os bairros mais visados foram o Ondina Vasconcelos (Cidade de Deus) em Sete Lagoas, no qual se concentraram 2,5% das ocorrências, e São João, em Conselheiro Lafaiete, responsável por 1,5% dos registros.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais afirma que as forças estaduais de segurança acompanham diariamente índices de criminalidade nos municípios mineiros, buscando de estratégias integradas que possam reduzir os impactos da ação criminosa, “por meio de ações preventivas, repressivas e ostensivas voltadas para coibir homicídios e demais crimes violentos”.

A Sejusp avalia que, para fins de comparação, os municípios devem guardar entre si correlação econômica, social, ambiental, além de ser observada a Região Integrada de Segurança Pública (Risp) à qual cada um pertence. “As Risps são estruturadas com base nos indicadores de criminalidade historicamente acompanhados pela Sejusp, com objetivo de promover um amplo e irrestrito combate à criminalidade no estado, de forma regionalizada”, informa, destacando ainda a importância da colaboração dos municípios.

Sete Lagoas
No caso da Região Central, enquanto cidades históricas como Mariana, São João del-Rei, Congonhas e Ouro Preto têm no crack e nos homicídios a principal fonte de preocupação, municípios como Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Curvelo e Sete Lagoas, cortados por importantes rodovias como a BR-040, mantêm fluxo de mercadorias e estruturas que atraem bandidos e impulsionam crimes violentos como roubos.

É o que observa a administradora de um posto de combustíveis de Sete Lagoas, que tem forte produção industrial e grande volume de tráfego de cargas. “No posto da rotatória, no ano passado, chegaram a roubar dinheiro dos frentistas até três noites por semana. As ruas e estradas são longas, escuras e falta, sim, maior efetivo policial para dar segurança”, reclama ela, que pede anonimato, por medo.

Ao considerar os números agregados dos 12 municípios com mais de 50 mil habitantes na região (Barbacena, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Curvelo, Itabira, Itabirito, João Monlevade, Mariana, Ouro Preto, Pará de Minas, São João del-Rei e Sete Lagoas), observa-se que os crimes violentos de forma geral preocupam. Segundo estatística da Sejusp, são ocorrências que envolvem as modalidades tentadas ou consumadas de estupro, extorsão, homicídio (baseado em ocorrências, não em quantitativo de vítimas), roubo, além de sequestro e cárcere privado.

“Dentro da cidade, os momentos mais perigosos são de manhã e na madrugada”, afirma o caminhoneiro Rogério Aleixo, referindo-se à área urbana de municípios como Curvelo, onde foi assaltado, e Sete Lagoas, entre outros. “É preciso chegar por volta das 5h, para ter local para estacionar e não ficar muito retido no trânsito procurando vaga. É nesse momento de menos luz, de menos movimento e de pouco policiamento, que os bandidos atacam. Mesmo em locais com câmeras, depois que pegam o caminhão, já era. Já dentro dos postos, furtam mais peças da carreta”, conta.

“Em 2023, três bandidos de Betim e um de Nova Serrana esperaram o posto fechar para nos roubar. Trancaram dentro do banheiro o frentista, uma atendente e um motorista de Uber que estava parado. Arrombaram o cofre e tentaram fugir, mas a polícia os perseguiu, trocou tiros com eles e prendeu dois. Foi um pavor, principalmente para quem ficou trancado depois de ter armas apontadas para a cabeça”, conta a administradora de posto em Sete Lagoas.

Os índices da reportagem foram gerados a partir de levantamento com recortes regionais, feito pela equipe do Estado de Minas com consultoria de analistas de segurança pública. Foram usados dados de 2024 da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sobre crimes, correlacionados com a demografia dos 72 municípios mineiros com mais de 50 mil habitantes, conforme o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Confira a matéria completa AQUI e AQUI.
 

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