Um professor da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Campus Sete Lagoas, de 42 anos, foi preso em flagrante na manhã da última segunda-feira, 6 de outubro, após ser acusado de importunação sexual por uma estudante de 21 anos. O caso ocorreu em uma sala de aula da instituição, localizada no bairro Itapoã. A detenção foi feita pela Polícia Militar, com base no artigo 215-A do Código Penal.

De acordo com o boletim de ocorrência, a aluna procurou a coordenação do curso e acionou a Polícia Militar na companhia dos pais. Ela relatou que o episódio aconteceu por volta das 7h56, quando chegou à sala e cumprimentou o professor com um “bom dia”. Após uma breve conversa, em que o docente comentou sobre sua idade e habilitação, ele teria se aproximado e dito: “Vou te dar um beijo”.

A estudante afirmou ter virado o rosto em sinal de recusa, mas, segundo ela, o professor ainda assim a beijou na bochecha. A aula seguiu normalmente, mas a jovem disse ter ficado abalada e constrangida, decidindo comunicar o fato à coordenação e à Polícia Militar. Colegas de curso teriam informado que o professor já demonstrava um “tratamento diferenciado” em relação à aluna.

Em depoimento à PM, o professor confirmou o contato físico, mas afirmou que antes perguntou se poderia cumprimentá-la com um beijo e que, diante da ausência de negativa, realizou o gesto. Disse ainda acreditar ter “liberdade” com a estudante, já que, segundo ele, haviam tirado uma foto juntos em momento de descontração com outras colegas em uma universidade de Diamantina.

O docente admitiu ter percebido que a aluna ficou introspectiva após o episódio. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão ao professor, que foi acompanhado por um advogado durante o procedimento e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Sete Lagoas. A estudante, por sua vez, manifestou formalmente o desejo de representar criminalmente contra o acusado.

Nota oficial da UFSJ
Em nota, a Universidade Federal de São João del-Rei informou que acompanha “com a devida atenção institucional” o andamento do caso e reafirmou seu compromisso com a integridade da comunidade acadêmica e a promoção de um ambiente “seguro, respeitoso e acolhedor”.

A instituição destacou que repudia qualquer forma de violência e que o professor terá garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme prevê a Constituição Federal. A UFSJ também afirmou oferecer apoio institucional à estudante e à sua família por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis.

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