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LÁ VEM MAIS GASTOS: Prefeitura de Sete Lagoas insiste em inflar a máquina criando mais secretarias enquanto serviços básicos patinam

MAIS GASTOS: Prefeitura de Sete Lagoas insiste em inflar a máquina criando mais secretarias

Enquanto Sete Lagoas enfrenta sérios desafios em áreas como saúde, segurança e infraestrutura, a Prefeitura parece ter encontrado uma prioridade peculiar: aumentar o número de secretarias e cargos comissionados. 

O novo Projeto de Lei Ordinária nº 831/2025, debatido na 35ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal nesta terça-feira, 14 de outubro, prevê o desmembramento de pastas e criação de novas estruturas administrativas, o que na prática significa mais cabides de emprego e mais peso na folha de pagamento do município.

A proposta do Executivo altera a Lei nº 9.738/2023, que trata da estrutura administrativa municipal. Entre as mudanças, estão a divisão da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo em duas, a criação de uma nova Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, e o remanejamento de órgãos como o PROCON e o Restaurante do Trabalhador. Tudo isso sob o pretexto de “melhorar a eficiência da gestão”.

Mas os vereadores da oposição não engoliram o discurso. Marcelo Cooperseltta (Mobiliza) foi direto: “Está criando mais cargos no Executivo ao separar as pastas. Estava funcionando bem de forma conjunta, com menos gasto financeiro. É preciso entender o motivo dessa separação.”

Heloisa Fróis (Novo) também alertou para o impacto fiscal: “Serão mais dois secretários, dois adjuntos e novas estruturas administrativas. Isso preocupa diante de uma folha já próxima do limite prudencial.”

Em outras palavras: a prefeitura quer gastar mais com cargos políticos enquanto a população sente o peso da má gestão nas ruas. E o que mais espanta é a ausência de uma planilha detalhando os custos adicionais. O vereador Leôncio Lopes (Mobiliza) cobrou transparência: “O desmembramento pode até ser positivo, mas é preciso analisar com critério.”

Mas o governo parece ter pressa. Mesmo diante dos questionamentos, o líder da base, Ismael Soares (PSB), tratou de defender o projeto, afirmando que “a reestruturação é prerrogativa do Executivo”. Ou seja: quem paga a conta é o contribuinte, mas quem decide é o prefeito.

No fim das contas, a Câmara deu um respiro à população: Heloisa Fróis pediu vistas do projeto, impedindo que ele fosse votado às pressas. Ainda assim, a tentativa de aprovar mudanças com impacto financeiro em regime de urgência mostra o descolamento da atual administração da realidade da cidade.

Em vez de enxugar a máquina e investir em áreas que realmente precisam de atenção, a Prefeitura de Sete Lagoas insiste em multiplicar secretarias e cargos políticos, num momento em que a responsabilidade fiscal deveria ser palavra de ordem. Até porque o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal bate à porta do prefeito.

Enquanto isso, o cidadão continua enfrentando postos de saúde sem médicos, SAMU com poucas ambulâncias, Guardião 7L sem integração com as forças de segurança, educação precarizada com profissionais desvalorizados, buracos nas ruas e falta de transparência nos gastos públicos. Mais secretarias? Sete Lagoas precisa é de mais gestão, não de mais cabides. No fim das contas, criar mais secretarias só prova a incompetência não só dos atuais secretários que terão suas atuais atribuições divididas, mas também de quem deveria liderá-los.
 

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