Áudios e vídeos que circulam amplamente nas redes sociais escancaram uma realidade alarmante na saúde pública de Sete Lagoas e colocam sob forte questionamento a gestão do prefeito Douglas Melo. Os relatos, feitos por pacientes e confirmados por vereadores que estiveram no local, revelam um cenário de abandono, falta de estrutura e desrespeito com quem depende do Hospital Municipal.

Em um dos áudios, um cidadão descreve uma situação que beira o desumano. Segundo ele, somente em um dia, cinco pessoas teriam morrido na unidade. O mesmo paciente relata atraso na administração de medicamentos, leitos sujos, ausência de profissionais para atender casos urgentes e pacientes em sofrimento sem qualquer assistência. “Eles trabalham é com vida, não é com cachorro”, desabafa, em tom de revolta, ao narrar que deveria ter recebido medicação às cinco da tarde, mas só após reclamar foi informado de que o remédio ficaria para as onze da noite.

Outro áudio reforça o quadro de precariedade. O denunciante afirma que, além da falta de atendimento em determinados horários, o hospital sofre com problemas estruturais graves. Quando chove, a unidade alaga, comprometendo ainda mais o atendimento. “A situação aqui tá precária, gente. Tá precária”, resume o relato, que evidencia o sentimento de abandono vivido por pacientes e acompanhantes.

Câmara Municipal
As denúncias não se limitam às redes sociais. Dois vereadores estiveram no Hospital Municipal nesta semana e confirmaram a gravidade da situação. Um deles classificou o que encontrou como “preocupante” e afirmou que as irregularidades serão levadas diretamente ao prefeito Douglas Melo. “Respeito, dignidade e atendimento de qualidade não são favores, são direitos da população”, declarou o parlamentar, deixando claro que o problema vai além de casos pontuais.

Em outro vídeo, gravado durante um temporal recente, a situação se agrava ainda mais: água invadindo a principal unidade de saúde da região. Segundo um vereador, não se tratava apenas de água da chuva, mas de esgoto retornando para dentro do hospital. “Isso é uma vergonha, lamentável”, afirmou, em uma crítica direta à falta de manutenção e planejamento da gestão municipal.

Diante de tantos relatos, imagens e constatações in loco, cresce a pressão sobre a administração de Douglas Melo. A saúde, uma das áreas mais sensíveis e essenciais da gestão pública, aparece como símbolo de um governo que falha em garantir o mínimo: estrutura adequada, profissionais disponíveis e respeito à vida da população de Sete Lagoas.
 

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